As histórias das pessoas maduras não começam assim.
Mas como eu não sou uma pessoa madura...
Era uma vez,
um menino chamado Tom. Tom tinha um sonho: ter um amigo. Pra você pode até parecer fácil, mas para Tom não era. Ele era um menino normal.
Na escola, Tom ficava sozinho na hora do lanche se perguntando o que tinha de errado com ele. Pensava em mil maneiras de chamar atenção, queria que vissem como ele era legal. Ou como ele ao menos pensava que fosse.
Os pais de Tom eram patriotas rigorosos, então, na faixada de sua casa tinham duas bandeiras: uma do país que ele e sua família eram de origem (imagine no país que quiser). E outra do país que estavam, que no caso, você não pode imaginar qual quiser, já que o país que eles estavam morando era os EUA. O pai de Tom era um militar.
Os pais de Tom lhe perguntaram por que ele andava tão triste.
Mas Tom não queria conversar.
Ele queria ter um amigo.
***
Certo dia Tom se trancou no quarto, deitou em sua cama e ficou olhando para a bandeira dos EUA na sua parede.
Levantou.
Foi até a sua estante de livros, aonde livros de história gritavam para serem lidos por olhos curiosos. Porém, não pegou nenhum livro. Pegou um soldadinho que ganhou de seu pai quando era pequeno.
Deitou de novo.
E pensou.
"Esse soldadinho deve ser solitário também". E pensou mais: "Quantas pessoas no mundo devem ser solitárias".
E também pensou, no quão estava sozinho. Em como não se encaixava. Tom lembrou-se de como era uma pecinha a mais no universo. Uma pecinha triste e sozinha a mais.
Eram 20h00 em ponto e ele não desceu pra jantar seja lá o que sua mãe tinha preparado para, junto com o Militar, dar á Tom a notícia de que retornariam a Casa (no caso, o país que você pensou no começo dessa história).
Quando os pais dele o encontraram, você já sabe.
Tom era agora, uma pecinha a menos no universo.